segunda-feira, maio 19, 2008

Ok. Vou ser sincera. Quero me sentir no Divã*. Não tenho um Lopes*, mas vocês farão seu papel, ok?
Lá vai, vou admitir.
FIQUEI EM CASA HOJE. Era segunda e eu não levantei. Fiquei lá, me fingi de morta, a hora passou. Eu ontem me cansei demais, tive meus motivos e eles foram justos.
Mas passou a hora de descansar.
"When you feel so tired but you can't sleep" Eu queria ter dito isso, mas já disseram.
Enfim, foi exatamente assim.
Levantei, dei uma rodada no meu quadrado, quando então, eu ví!
Lá vinha ele a toda! OOOOOOOOOOOOON, OOOOON parecia um carro de corrida! E era ferrari! Corri o mais que pude e lógico, não foi suficiente. Ele me agarrou com toooodas as forças.
Era o tédio. Me envolveu, me engoliu e me vomitou. Feito aquela cobra.
Mas o veneno era eu. Me melequei toda de mim e não suportei isso. Fui virando uma bola. Cresci, cresci e explodi! Pronto. Agora eu precisava sair. Precisava sair porque precisava contar pra alguém. Liguei pro meu alguém, que é sempre a mesma pessoa. A mesma de 8 anos. HÁ oito anos a minha alguém. Mas hoje, dessa vez, ela não pode ser o meu ouvido. Surtei. Ainda tenho muitas horas pela frente antes do próximo compromisso e isso é bastante assustador. Eu tenho medo de mim. Não consigo ser minha por todo esse tempo. Aonde iríamos parar eu e eu? Não, não dava.
Aí, corri pra cá, meu second life sem gastar dinheiro, a não ser os mesmos 70 reais de velox.
Corri pra cá e comecei a escrever sem pensar, só deixando o dedo ir.
Isso tudo só pra não parar. Só pra não correr o risco de sair de órbita. Meu planeta anda meio avariado.

Ontem fiquei de papo com a moça da Vivo. Ela me ligou dizendo que eu poderia ser titular da minha própria conta. Olha, que coisa. Eu poderia ser a titular do meu próprio número! Quanta independência, pensei.
Falei durante uns dez minutos, Desejei boa sorte no trabalho, disse-lhe que ficasse com Deus. E ela me retribuiu um sorriso...Sei que sorriu. Eu senti.

E eu me senti culpada. Culpada de não sentir culpa nenhuma.
Como eu podia estar louca e não achar isso digno de culpa?!

Isso foi indiferente a todo o papo lá de cima, só deu vontade de contar.
É coisa demais guardada.
Não queria mesmo fazer sentido algum.
Lembrei o resto do quarto texto de cima pra baixo. Eu ia continuar a história dizendo que todos os dias viraram segunda feira. As horas nascem, crescem, reproduzem, morrem e na minha rotina, elas simplesmente somem; todos os sábados escorreram pelo ralo. Foi bem ali, na minha frente. Achei que fosse mágica, mas era magia negra.
Eu rabisco rabisco rabisco e nunca consigo descarregar.
Po, que droga!
É automático! Acabo e recomeço.
Ainda não é isso. Ainda não consegui. Não era assim que eu imaginava.
Tudo fica na minha metade. No meio de mim. Entre a eu que ri, entre a eu que chora.
Em um minuto sou uma, em outro sou outra. Daí fica difícil terminar qualquer coisa que seja, né?
Pronto, já me perdi de novo!
Caraca. Daí pra esquizofrenia é um pulo!
E disso, eu entendo!

Confissão

"A coisa". Quem disse não fui eu, foi a Martha Medeiros. Mas eu também tenho isso.
"A coisa". Mas em mim, não é só as vezes.
Descobri...Que ela mora aqui.
E eu quero fugir......!!!
É isso. Agora está muito claro. É como se eu olhasse no espelho e percebesse cada sardinha minha..Eu até consigo contar!
Era uma armadilha e eu caí. Eu CAÍ! Como isso aconteceu? Em que momento eu vacilei?
Pulava demais, ria demais, falava demais e não ví o buraco?
Não, eu não ví. Ele era tapado por flores lindas, margaridas, copos de leite, rosas...ROSAS! Que covardia..Esconder o fim sob rosas...
Agora estou aqui, embaixo das rosas. No escuro.
Tudo é falta de luz. Mas enfim, está claro. Agora eu sei.
Agora, eu ví.

Me desculpe eu, por ser obrigada a me ser, mim, perdão, eu sei que não deveria te obrigar a ser eu.

Eu, tu, ele, nós, vós e eles. Todos em mim, todos são eu. Só eu. Só.
Redundante, né? Como tudo que eu tenho feito.