segunda-feira, maio 15, 2006

De novo aquela sensação de que não sou capaz

Me lembro de ser criança e ter no meu quarto uma janela que dava direto para uma "floresta" pessoal. Ficava horas espreitando pela brecha da janela a espera de alguma surpresa no mato.
Nunca soube o que eu estava esperando, se um duende, uma fada ou qualquer outra coisa que fizesse de mim especial por ver algo que ninguém mais via.
Era tudo de um verde muito brilhante, meio oliva. O sol emoldurava as folhas causando um impacto de composição aos meus olhos quase nús de tão pouca experiência. Dava aquela sensação boa de magia, aquele ar infantil de mata virgem e pra mim, era um infinito de novas descobertas e possibilidades surpreendentes. Serei bem verdadeira ao dizer que nunca transcedi a barreira da observação pois havia algo a me limitar.
Esse "algo", já era o que eu costumo chamar de incapacidade.
Eu não me considerava boa o bastante para guardar tamanho segredo a sete chaves caso existisse algum. Crescia em mim naquela época uma necessidade louca de de ter que se sentir especial, era como se fosse oxigênio, eu precisava me sentir importante ainda mais do que preciso hoje.
E daí veio a minha primeira decepção.
Eu NUNCA dei de cara com nenhuma borboleta falante, nenhum duende ou sequer fada apesar da suadeira nas mãos, das rezas constantes para que Deus me enviasse um amigo ou até mesmo dos dias a esmo que passei parada de pé naquele quarto. Não precisava ser nada muito anormal, o que eu queria de verdade era apenas uma prova de que a utopia não precisava ser necessariamente uma parte inseparável da ilusão. Eu quis tanto ter um mundo diferente pra onde eu pudesse me transportar cada vez que eu não coubesse mais dentro de mim e não sei por conta de qual influência, esse mundo muito se parecia com a terra do nunca. Queria me livrar do fardo pesado que significa ser normal, igual.
Eu tinha um profundo desprezo por essas palavras, e toda vez que eu as encarava, torcia meu nariz cheio de sardas e era questão de segundos até a minha boca se encher de um líquido azedo, proveniente da enorme criatividade que habitava minha mente primária.
Porém, não pude nunca me livrar da minha qualidade mais odiosa, que a cada sinal de existência me soca o estômago. REALIDADE. Fui uma criança extremamente realista (uma pena) e apesar do desejo de haver, eu não acreditava- com o coração -que realmente houvesse. Esse maldito pé-no-chão que deveria ser proibido existir em uma criança.
Cresci e continuo uma sombra atrás dos meus medos, sempre a questioná-los, criticá-los e nunca admitindo que na verdade eu nunca nem os entendi. ( inclusive hoje)


ps: a dor na "medula", é nas costas e o nome, é escoliose. >/
pq eu tenho doença de velho?

Railane Borges

8 comentários:

Anônimo disse...

pq as coisas nem sempre saem como agente espera;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;; porem ..... eu espero...............

Anônimo disse...

???????? que pena ....pow nunca mais te vi.....sabe quem e ne? pow volta com o fotolog........

Railane disse...
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Anônimo disse...

vc sabe quem e sim...eu estudei com vc no mv1 lembra? faz uma forcinha que vc vai lembrar...........

Railane disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Eu te vi no plazza axo q foi sabado e vc tava com um garoto....vc entro na mesma sala q eu e tudo....fui ver a profecia...shauhsuahsuhasuuahusahsuhsua o.O
O

Anônimo disse...
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